A nossa história com a comunidade cigana do Monte João Preto, em Boliqueime, começou em meados de Agosto de 2020.

Foi num debate de ideias na Casulo – Incubadora de Inovação Social – que surgiu a vontade de conhecermos as jovens da comunidade e foi o projecto Caminhos II, da Fundação António Aleixo, que nos abriu portas para lhes expormos a ideia do nosso programa. Este programa piloto propunha ensinar crochê e a produzir uma peça, para que as jovens pudessem aprender, treinar e futuramente usar a técnica para usufruto próprio. No final do programa a peça seria leiloada e parte das receitas canalizadas para investimento em material crochê para seguirem com a prática.

Foram quatro meses de encontros com estas jovens. De início, a maior parte teve curiosidade em aprender. A meio, algumas desistiram e outras persistiram. No fim éramos um grupo de seis pessoas, onde em cada encontro, se produziam algumas peças individualmente para no final se unirem, formando uma peça única. Entre gargalhadas, conversas, curiosidades e por vezes música ao vivo, cresceu uma amizade, onde a tradição do crochê se manteve, num círculo de troca de saberes.

Importante enaltecer a evolução da capacidade de concentração do grupo, desde o primeiro dia de trabalho até ao final.

A peça acabou por se transformar num lindo e colorido xaile. Foi um trabalho de equipa entre alguns membros da MÔÇES e este grupo de jovens mulheres que depois aceitaram com um grande sorriso participar numa sessão fotográfica, num estúdio cedido pelo Loulé Criativo.

Dado o programa por terminado, o acompanhamento às jovens continuará, sempre que necessário, para apoiar no que poderá ser a construção do seu próprio posto de trabalho.